Retiro Bíblico Corporal de Purificação
Venha participar de um retiro envolvente, diferente, holístico!
EGITO e TERRA SANTA Peregrinação pelos caminhos de Moisés e de Jesus com Frei Jacir de Freitas!
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Jacó ou Israel? Bênção inválida e o combate espiritual na noite escura da vida! (Gn 32,23-33)
A benção inválida
Mostra-nos o caminho! Mostra-nos o Pai. Os caminhos no pós-pandemia!
JESUS NÃO RESSUSCITA LÁZARO, MAS O AMOR QUE MORREU POR FALTA DE AMOR! (Jo 11, 1-54)
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O QUE LEVOU JESUS A SE AUTOPROCLAMAR ÁGUA E LUZ NA FESTA JUDAICA DAS TENDAS (JO7,1-2.10.25-30)
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DEMÔNIOS, SATANÁS E JESUS, O EXORCISTA (LC 11,14-26)
Jesus expulsa um demônio que estava num mudo, que volta a falar. Acusado de agir em nome do Príncipe dos demônios, Belzebul, Jesus menciona Satanás. Será por quê? Seria Jesus um exorcista?
CF 2023: FOME DE PÃO E DE DEUS (MT 6,1-6.16-18) COMUNISMO OU JUSTIÇA SOCIAL?
Que relação existe entre oração, esmola e jejum com a fome? Fome de Deus ou fome de pão? Comunismo ou Evangelho? Justiça ou caridade?
O CONTRAMITO TORRE DE BABEL NÃO TRATA DE MULTIPLIÇÃO DE LÍNGUAS (GN 11,1-9)
Gn 11, 1-9 é um contramito, uma resposta contrária ao mito babilônico, a casa dos grandes deuses, construção levada a cabo pela divindade maior da Babilônia, Marduk
A SERPENTE NÃO OFERECE UMA MAÇÃ PARA A MULHER QUE, COM MEDO DA NUDEZ, FOI CONSIDERADA UM MACHO DEFEITUOSO (GN 3,1-7)
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Os demônios estão nos túmulos e os porcos no mar! (Mc 5,1-21)
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ELIAS E JESUS: O ENCONTRO DO PRIMEIRO COM O SEGUNDO TESTAMENTOS E O REENCONTRO DO CONSERVADORISMO (Ml 3,1-4.23-24)
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ISAÍAS, O PROFETO “LUZ DA NAÇÕES” (IS 56,1-3a.6-8) E A PICANHA FOLHEADA A OURO NO ENCONTRO DAS NAÇÕES!
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Milenarismo e Apocalipse
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São Paulo e São Judas: a divisão e a guerra santa no Brasil e em Filipos
Não vale a pena casar-se. O tempo da canga e o divórcio
A PUNIÇÃO DA MULHER, A NUDEZ E A VIDA QUE VÊM DE DEUS, DA SERPENTE E DA MULHER (Gn 3,9-20)
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O BATISMO DE JESUS NA PERSPECTIVA JUDAICA E SEU SIGNIFICADO PARA OS CRISTÃOS (Lc 3,15-16.21-22)
Batismo na perspectiva judaica e no cristianianismo
O sentido da morte e da vida!
O TIGRE E O BURRO, O ESCRITA E JESUS, O AMOR E A LEI EM MC 12,28-34!
São Judas Tadeu: o impossível e as mentiras do Presidente
A paciência da semente e o Reino de Deus em Mc 4,26-34
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SALMO 22: O SENHOR É MEU PASTOR!
O cuidado e o pastoreio no Sl 22
ZAQUEU: O “HOJE” DE UM MILAGRE, O ACOLHIMENTO DO SALVADOR, EM LC 19,1-10
Lc 19,1-10: Zaqueu, o hoje deu um milagre!
CRISTO, REI DO UNIVERSO, E O JUÍZO FINAL NA INSPIRAÇÃO DE MT 25,31-46
Não existem três tipos de amor!
Madalena: uma mulher além do seu tempo e não prostituta!
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Nas ondas do mar da vida há sempre um pai a nos dar as mãos. Mt 14,22-33
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a-paciencia-da-semente-e-o-reino-de-deus.docx
A PACIÊNCIA DA SEMENTE E O REINO DE DEUS
NA INSPIRAÇÃO DE MC 4,26-34
Frei Jacir de Freitas Faria, OFM[1]
O texto de Mc 4,26-34 nos apresenta a relação entre a semente e o Reino de Deus. O modo como Jesus fez para falar do Reino de Deus é chamado de parábola. O que é isso, parábola? Trata-se de um recurso literário, didático, simples e muito utilizado no tempo de Jesus. Temos uma parábola quando uma coisa conhecida é colocada ao lado de uma desconhecida. Por exemplo, a semente de mostarda do texto de Mc 4 é o elemento conhecido; o desconhecido, o Reino de Deus. Para entender como o Reino acontece, Jesus recorre ao modo como a semente de mostarda se desenvolve. A catequese de Jesus era feita por parábolas.
Tendo esclarecido esse primeiro ponto, passemos à compreensão do Reino de Deus a partir da parábola da semente de mostarda. Comecemos pelas perguntas: o que a semente tem a ver com nossa vida? Podemos relacionar a semente com a paciência? Jesus quis relacionar o Reino de Deus com a semente ou com o pé de mostarda? A maioria das interpretações insiste em mostrar que o Reino Deus é como uma semente pequena que cresce e fica grande. Vejamos.
Há três modos possíveis de compreender a parábola da semente de mostarda a partir de seu centro, isto é, da semente, da árvore ou do pé de mostarda?
A partir da semente, o foco do texto é colocado no processo que parte do pequeno, semente, para o grande. A pequena semente de mostarda é o novo Israel, isto é, os seguidores de Jesus, os quais se tornarão grandes na construção do Reino de Deus.
Considerando que o centro da passagem seja uma árvore, seria o mesmo que dizer que o pequeno Israel, os seguidores de Jesus, tornar-se-ia uma grande árvore apocalíptica no fim dos tempos. Textos do Primeiro Testamento falam do cedro do Líbano como árvore apocalíptica (Sl 104,12; Ez,31,3.6; Dn 4,10-12). E é nessa grande árvore que os pássaros fariam os seus ninhos. Acreditamos que se Jesus, de fato, quisesse referir-se a uma árvore apocalíptica, ele teria mencionado o cedro do Líbano e não a mostrada.
A terceira possiblidade de compreender a parábola é o pé de mostarda. A mostarda é uma planta medicinal e culinária que chega a medir, no máximo, 1 m e ½ de altura. Ela se desenvolve melhor ao ser transplantada. Depois de plantada, torna-se uma erva daninha. Temos dois tipos de mostarda, a selvagem e a culinária. Por ser uma planta impura, o código deuteronômico (Dt 22,9) proíbe a sua plantação. Nisso, talvez, esteja o motivo provocador de Jesus em buscar uma comparação não muito aceita para falar do Reino que ele pregava.
O Reino de Deus chega e se esparrama. Não pode ser controlado, torna-se abundante como a nossa tiririca. Atrai pássaros, os quais são inimigos de qualquer agricultor. O Reino, depois de semeado, perde o controle, toma conta do terreno todo. Assim como o Reino, a mostarda é motivo de escândalo para muitos. O Reino é indesejável e violador das regras de santidade.
Para falar do pé de mostarda, capaz de abrigar pássaros, Jesus parte da semente pequena que cresce e se torna uma árvore. Para que isso aconteça, temos que ter persistência e paciência. E é isso que Jesus estava querendo ensinar. Na vida, precisamos ter paciência para conquistar o que almejamos. Até Jesus teve que esperar trinta anos para iniciar a sua vida pública. Uma das sabedorias humanas é ter paciência. Permita-me alargar a comparação, parábola, que Jesus fez com a nossa vida. Veja! A mulher engravida. Para ela é um tempo difícil de espera. São nove meses até que um minúsculo embrião cresça e saia de seu ventre. Quanta espera! A criança nasce, não sabe falar e nem andar. Quanta espera para se tornar adulto. Bater asas, voar do ninho, amadurecer. Quanta luta! Muitos nem conseguem essa proeza em vida. Queimam etapas. Chegam aos quarenta querendo ser a criança que nunca foram.
Para finalizar, eu diria que o Reino de Deus precisa ser buscado sempre, germinado sempre como a vida, incomodar sempre como a mostarda. Na construção do reino, a paciência é a palavra-chave. O reino se realiza às escondidas como a semente de mostarda, mas quando vemos sinais de sua presença, exclamamos: aí está o pé de mostarda, o indesejado que nos acolhe como pássaros sedentos de sua sombra, de sua justiça em todos os níveis! Amém! Assim seja.
[1] Doutor em Teologia Bíblica pela FAJE-BH. Mestre em Ciências Bíblicas (Exegese) pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Professor de exegese bíblica. Membro da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (ABIB). Sacerdote Franciscano. Autor de dez livros e coautor de quatorze. Últimos livros: O Medo do Inferno e a arte de bem morrer: da devoção apócrifa à Dormição de Maria às irmandades de Nossa Senhora da Boa Morte (Vozes, 2019). Coautor de: A releitura do Deuteronômio nos evangelhos. In: KONINGS, Johan; SILVANO, Zuleica Aparecida. (Org.). Deuteronômio: Escuta, Israel. 1ed.São Paulo: Paulinas, 2020, v. 1, p. 187-230. Inscreva-se no nosso canal: https://www.youtube.com/c/FreiJacirdeFreitasFariaB%C3%ADbliaAp%C3%B3crifos